A confusão deste domingo, durante a vitória do Náutico sobre o Botafogo (3 a 0), nos Aflitos, não passará despercebida aos olhos do Superior Tribunal de Justiça Desportiva. O procurador-geral do STJD, Paulo Schmidt, indiciou ambos os clubes, o zagueiro André Luis, pivô do tumulto, e até a Federação Pernambucana de Futebol.
"Vamos formular a denúncia de maneira oficial até quarta-feira. Até porque estamos aguardando o relatório e a súmula da partida. Mas é isso mesmo. O atleta, os clubes e a Federação serão citados em alguns artigos que já definimos. E ainda poderão ser citados em outros, mas tenho de avaliar o material do jogo para saber ao certo", explicou o procurador, ao UOL Esporte. André, que fez gestos obscenos em direção aos torcedores rivais, foi indiciado nos artigos 250 (ato desleal ou atitude inconveniente, com previsão de pena de um a três jogos), 251 (reclamação contra a arbitragem, com pena de um a quatro jogos), 252 (ofensas morais ao árbitro, com pena de dois a seis jogos) e 258 (atitude contraria à disciplina ou à moral desportiva, com pena de um a dez jogos). No total, sua suspensão pode chegar a 23 jogos. O Botafogo não terá de responder pelo ocorrido em campo, mas sim pelo atraso na volta para o segundo tempo da partida. Incurso no artigo 215, o clube poderá pagar multa de R$ 1 mil por minuto de atraso. As ordens para que o time não voltasse logo para o jogo partiram do presidente Bebeto de Freitas. Entretanto, o maior prejudicado pode ser o Náutico, clube mandante, que pode perder muitos mandos de campo. O Alvirrubro foi incurso nos artigos 211 (deixar de manter o local com infra-estrutura necessária à garantia e segurança para a realização do evento, sob multa de R$ 1 mil a R$ 10 mil e interdição do local), 213 (deixar de tomar providências capazes de reprimir ou prevenir desordens, que pode valer perda de mando de campo por um a dez jogos e multa de R$ 10 mil a R$ 200 mil), 206 (dar causa ao atraso de início de jogo, com multa prevista de R$ 1 mil por minuto de atraso).Em relação à Federação Pernambucana, a acusação foi mais branda. A entidade foi citada no artigo 232 (deixar de cumprir obrigação assumida em qualquer documento referente às atividades desportivas, o que pode gerar multa de R$ 1 mil, além de indenização por prejuízos causados quando requerida)."A Federação não teria dado a segurança necessária e ainda teria atrasado o início da partida, por causa da execução do Hino Nacional. Por isso será citada duplamente neste artigo", frisou Paulo Schmidt. Entenda o casoToda a confusão começou aos 37 minutos do primeiro tempo, após a expulsão de André Luís. Irritado, o jogador do Botafogo fez gestos obscenos para a torcida do Náutico e ainda chutou uma garrafa, que teria atingido um torcedor.O árbitro acionou a Polícia Militar para conduzir o atleta, que estava no banco de reservas, ao vestiário. Ao ser tocado por uma policial, André tentou se desvencilhar. Os policiais, então, tentaram segurar o jogador de forma enérgica e iniciou-se um grande tumulto dentro de campo.André Luís foi levado pelos policiais, no meio da torcida adversária, até a delegacia armada em dias de jogos no estádio dos Aflitos. O zagueiro e o presidente do Botafogo, Bebeto de Freitas, que também entrou em conflito com os policiais, foram autuados por desacato à autoridade.
Fonte: UOL

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