Brasil e Sérvia não fizeram um primor de jogo neste domingo, em São Paulo, pela Liga Mundial de vôlei. Mas quem foi ao Ibirapuera não poderá reclamar de falta de emoções. Os brasileiros, que já haviam vencido o duelo de sábado por 3 sets a 2 (23-25, 25-19, 24-26, 25-23 e 15-11), repetiram o placar, agora com uma incrível virada.
O êxito levou a seleção verde-amarela à liderança isolada do Grupo A com quatro pontos. Sérvios ficaram com dois, na terceira colocação. Os franceses, que venceram venezuelanos no sábado e ainda os enfrentarão hoje, chegarão a, no mínimo, três pontos.Na próxima semana, o Brasil enfrenta justamente a França, em duas partidas disputadas em Paris. Os confrontos serão uma reedição da final da Liga 2006.
O jogo
Se a Sérvia começou com o experiente meio-de-rede Geric em quadra, tal como o técnico Igor Kolakovic já havia adiantado que faria, a seleção brasileira iniciou a partida com uma equipe totalmente diferente daquela que jogou no sábado. Á exceção do líbero Serginho e do meio-de-rede Gustavo, todos eram reservas: Nalbert e Samuel nas pontas, Anderson na saída, Sidão pelo meio e Bruninho levantando.O primeiro set ficou marcado pela alternância entre as equipes na dianteira do marcador, os desperdícios de ataque do Brasil e o forte bloqueio sérvio. Os visitantes começaram na frente, e a primeira virada brasileira veio no 5-3 com dois ataques mal-sucedidos de Geric. A vantagem foi para quatro pontos, mas o paredão visitante começou a aparecer. Anderson, que virou suas bolas no início de jogo, passou a parar no bloqueio adversário (cinco pontos). Com erros de saque e contra-ataque, os brasileiros, que chegaram a virar mais uma vez, deixaram os sérvios retomarem a liderança e abrirem dois pontos de vantagem, o suficiente para fechar a etapa inicial com 25-23 em 23 minutos. O set seguinte começou tão equilibrado quanto o primeiro, e o Brasil chegou ao tempo técnico com dois pontos de vantagem. O desempenho da equipe, no entanto, continuou bastante irregular. Bernardinho, que já havia dado atenção especial a Anderson no intervalo, mostrou extrema irritação com os erros sucessivos do oposto, tanto nos saques na rede quanto nos ataques para fora.Mas, para sorte dos anfitriões, os visitantes também erraram demais no segundo set (11 falhas contra oito dos donos da casa) e deixaram que o Brasil abrisse três pontos de vantagem. A diferença foi ampliada aos poucos e, numa cravada de Nalbert, o melhor brasileiro em quadra, a seleção empatou o jogo com 25-19. A boa performance brasileira do final do segundo set foi mantida no terceiro, e a vantagem do time chegou a seis pontos (10-4) em uma série fortíssima de saques de Gustavo (cinco), todos eles quebrando a recepção sérvia. Um belo ataque de Anderson, aplaudido por um Bernardinho mais calmo, ampliou a diferença para sete pontos (13-6). Mas a seqüência final da etapa teve duas marcações da árbitra norte-americana P. Salvatore, favoráveis aos sérvios, muito contestadas pelos brasileiros, que acabaram se desconcentrando em quadra e permitindo o empate aos adversários. Após dois tempos solicitados por Bernardinho, Anderson 'carimbou' o jovem oposto Starovic, sumido no jogo de hoje após bela performance na primeira partida. O problema, no entanto, é que o atleta de 19 anos despertou, e foi responsável pela virada sérvia com um bloqueio individual e um ataque. Outro bloqueio garantiu a incrível vitória dos visitantes por 26-24. Muito empolgados após o inesperado triunfo da terceira etapa, os sérvios voltaram ainda mais fortes para o quarto set, abrindo logo de cara 3-0. Demorou, mas os brasileiros voltaram a se encontrar. Com muita potência no ataque e uma boa recuperação do oposto Anderson, os brasileiros só conseguiram o empate no 11-11 e a virada no ponto seguinte. A pequena diferença foi mantida até o final, eletrizante, aliás, e, com mais um cravada de Nalbert, o Brasil venceu por 25-23, levou o jogo para o tie-break e fez o Ibirapuera tremer. No set final, o volume de jogo brasileiro cresceu de maneira surpreendente, revigorado pela barulhenta torcida paulista. Com um 4-0, a seleção, ainda que desfalcada de suas maiores estrelas, mostrou por que é o time a ser batido atualmente no vôlei mundial. A diferença chegou a cinco pontos (9-5), e o desestabilizado grupo sérvio não aguentou a pressão. Final, 15-11 para o Brasil e 3 sets a 2.
Fonte: UOL
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